sábado, 31 de março de 2012

Jornalista afirma que prefeito quer censurar a liberdade de expressão


Foi realizada nesta quinta-feira (29) uma audiência de conciliação no Fórum da Comarca de Carapebus/Quissamã, entre o jornalista e blogueiro Roberto Barbosa, o prefeito Armando Carneiro e a primeira-dama e secretária de Saúde Alexandra Moreira.  
Armando e Alexandra após audiência contra blogueiro
O processo movido pelo prefeito e pela primeira-dama acusa o jornalista de publicar em seu blog matérias ofensivas ao governo além de ataques pessoais. Para o jornalista, o prefeito e a secretária estão querendo censurar a liberdade de comunicação.
“O Brasil é um país que tenta muito cercear a liberdade de expressão, mas os setores do judiciário estão muito atentos a essas artimanhas, essas manobras para tentar censurar a imprensa. Quissamã vive uma ditadura. A ditadura acabou no Brasil, não em Quissamã”, afirma Roberto.
Roberto Barbosa e seu advogado Tiago santos
Para o advogado do jornalista, Tiago Santos, o governo municipal não aceita que os veículos de comunicação mostrem a verdade da cidade, uma vez que contraria o que o governo tenta mostrar. “Os meios de comunicação aqui no município, subsidiados com verba pública que são gastos milhões e milhões todos os anos, eles criam uma atmosfera de um município a mil maravilhas e em detrimento disso, qualquer outro veículo de comunicação que venha afrontar esse sistema é punido”, explana o advogado.
O advogado falou ainda sobre a postura do prefeito em relação a esse caso. “O prefeito fala muito de difamação, de calúnia, e eu mesmo como advogado do Roberto, também por outras questões, eu fui chamado de bandido. Então o próprio advogado do Roberto é alvo de retaliações. O prefeito diversas vezes já foi pra rádio me chamar de marginal, de golpista. Então eu acho que quem se sente difamado, caluniado, primeiramente deveria dar exemplo”, ressaltou Tiago.
Uma das questões levantadas pelo processo é sobre o anonimato dos comentários no blog do jornalista. Para Roberto se o anonimato do blog não fosse mantido, as pessoas não iriam comentar por medo de retaliações. “O blog acaba sendo catalisador das insatisfações, então as pessoas muitas vezes tem algum problema porque têm parentes ou é funcionário, e se manifestar publicamente ela não vai, então eles falam a verdade no anonimato”, conclui Roberto.
Com a popularização dos blogs, esse tipo de processo é bem comum, pois os que se sentem ofendidos por opiniões ou relatos, buscam a reparação judicial. E por conta disso, existe uma grande discussão sobre até onde esses processos prejudicam ou requerem o fim da liberdade de expressão, garantida pelo artigo 5º da Constituição, e o início do dano moral. Nesse caso específico, a discussão leva a crer que a estratégia é impedir a liberdade de expressão do jornalista.
A audiência foi adiada por conta do pedido de vistas ao processo feito pela promotora Olívia Motta. 

Um comentário:

  1. Eu sofri esta perseguição e sei que, se esmorecer, eles trepam e assumem a situação, eu permaneci em pé até hoje, não estou no momento em Quissamã, mas estou em espírito de luta. Esmorecer jamais. Fora essa corja.

    ResponderExcluir

Seu comentário estará disponível após avaliação.