A pasta
comandada pela primeira-dama Alexandra Moreira, embora seja a mais criticada
pela população é defendida a todo custo pelos governistas
Os vereadores
governistas, na tentativa de desviar a atenção sobre as críticas dos vereadores
de oposição em relação as reclamações da população, resolveram deturpar a fala
do vereador Edi da Silva, durante a sessão da terça-feira (06).
Edi da Silva
comentou que pela primeira vez na história do município, o serviço de saúde é
um dos mais criticados pelos usuários, e que se isto acontece, então para a
população a saúde estaria uma porcaria. “Todos os dias alguém nos procura em
busca de ajuda para comprar remédio ou fazer um exame. Então quem está com a
razão, a população que reclama ou os vereadores que defendem a saúde em
plenário?”, questionou.
No entanto os
governistas, fiéis defensores da pasta gerida pela primeira-dama Alexandra
Moreira usaram tal fala para incutir a idéia de que o vereador teria chamado os
funcionários da Saúde de porcos, e que ainda, o grupo de oposição, que tem
também, os vereadores Juninho Selem e Nilton Furinga, estaria perseguindo a
gestora.
“Respeito e
admiro os profissionais da Saúde, assim como todos os trabalhadores do serviço
público, ora nenhuma me referi a eles de forma pejorativa, reconheço que muitas
vezes eles tem que trabalhar de forma precária para garantir a nossa população
um atendimento digno, e por isso estou aqui sempre cobrando melhores condições
de trabalho para que estes profissionais possam oferecer o melhor para o
município”, enfatizou Edi da Silva. Finalizando seu discurso neste dia o
vereador lembrou que o cidadão tem todo o direito de cobrar pelo melhor. “Você
que escolhe o político e paga nossos salários. Você que é o patrão, então cobre
dos seus empregados para que eles possam te respeitar”, enfatizou.
A impressão
que se teve para quem ouviu a sessão de quinta-feira (08), é de que a bancada
governista resolveu enfatizar que as críticas à Saúde tiveram um tom pessoal
contra a secretária, porém, os questionamentos da população transmitidos pela
oposição foram visivelmente relacionados à pasta.
Um fato
curioso é que os governistas, durante as sessões, falam muitas vezes em nome do
prefeito, mas quando são levantados alguns questionamentos e mesmo sugestões
por parte dos oposicionistas, eles dizem que a decisão cabe apenas ao chefe do
executivo, caracterizando ainda mais, uma espécie de “blindagem” ao prefeito e
ao grupo do qual fazem parte.
Parece que
agora a tática da bancada governista é tentar diminuir o tempo dos vereadores
com pedidos de aparte, já que sugestão do vereador Luiz Carlos de fracionar
para dez minutos o tempo de cada parlamentar não vingou. Na sessão de quinta
(08), o vereador Edi foi interrompido com três pedidos de aparte, visivelmente
a fim de prejudicar seu discurso.
Governo
não aceita críticas da oposição
A situação
imputada pelos vereadores governistas foi reforçada com a ida do prefeito a uma
rádio local que não poupou adjetivos pejorativos contra os três vereadores de
oposição, usando inclusive, termos que os depreciam pessoalmente e não
politicamente.
Juninho
rebateu as críticas de Armando com relação a oposição, lembrando que hoje ele
tem ao seu lado um antigo adversário político e que quem tornou inelegível seu
padrinho político foi ele. “Você pagou com traição a quem sempre te deu a mão,
Quem foi que colocou um processo no ex-prefeito tornando-o inelegível?”
Nilton
Furinga também lamentou as atitudes do prefeito e as perseguições contra
funcionários. “Qual o funcionário que vai questionar seu chefe, se ele corre o
risco de ser demitido? Mas no dia da eleição vai ser a única hora que o senhor
não vai poder usar o peso da caneta porque o cidadão entra sozinho nas urnas”,
ponderou.
Vários
assuntos foram levados à tona pela oposição
Segurança – O vereador Juninho Selem salientou o aumento da violência no município
e cobrou a implantação do Projeto de Lei de sua autoria que prevê a instalação
de câmeras de segurança nas principais vias da cidade, assim como o fato do
município contar apenas com uma viatura da PM, pois a outra foi solicitada por
Macaé, deixando Quissamã com um contingente de três polícias. “O comércio está
vulnerável, os comerciantes estão inseguros e a população apreensiva.
Precisamos tomar providências estamos vulneráveis”, ressaltou. Edi da Silva
também cobrou mais atenção com a segurança, pois o número de assaltos e roubos
tem crescido na cidade, preocupando a todos.
Saúde – Juninho Selem recebeu informações dos usuários de que no PSF de Conde de
Araruama só há médico às quintas-feiras pela manhã, e criticou os vereadores da
base do governo que apontam a Saúde como um serviço de primeira. “Ou eu moro
num município e os colegas, em outro diferente do meu, é essa a conclusão que
eu chego”, disse. Ele ainda fez um apelo para que as consultas médicas na
unidade possam ser realizadas mais vezes por semana.
O vereador lembrou que o Deputado
Federal Comte Bittencourt (PR), através de uma emenda, disponibilizou um
aparelho de ultrassonografia 3D para o município, mas mesmo assim, pacientes
que precisam do exame tem que se deslocar para outros município. Ele também
ressalta que tem uma Indicação Parlamentar para a aquisição de aparelhos de
hemodiálise, pois atualmente, os pacientes tem que viajar para outras cidades
para fazer esse tratamento.
Juninho Selem comentou sobre a demissão
da enfermeira Lucila, que atuava no PSF do Mathias, que teria sido dispensada
depois que cobrou em uma reunião de coordenação, a falta de material básico no
PSF. Selem criticou o fato de que a gestora da secretaria de Saúde não aceita cobranças.
O vereador citou também o caso de uma moradora do Sítio Quissamã, que aguarda
há três meses pela entrega de fraudas geriátricas para a mãe enferma. E cobrou
esclarecimentos sobre a demissão da enfermeira. “Fica aqui o pedido de uma
justificativa para esta demissão. A chibata da caneta está de volta, se
questionar, tá fora?”, questionou.
A transferência da assistente social
Renata Queirós também foi vista pelo vereador como mais um ato de perseguição,
pois a profissional atuava há 13 anos no projeto da Juventude em Construção e
foi remanejada para a Saúde sem uma justificativa plausível.
O vereador Nilton Furinga salientou que
quando a oposição faz uma colação ou cobrança, a bancada do governo insinua que
ela está mentindo ou inventando, querendo enganar a população. “Ou a gente não
faz mais discurso, ou se tira a saúde de pauta, pois é a população que estamos
representando, ou ela não conhece o serviço ou é mal agradecida. Mas eu
acredito na sabedoria da população, se ela diz que o serviço não está bom, eu
faço coro, porque acredito que ela tem condições de avaliar os serviços
prestados no município”, frisou Furinga.
Vista Alegre – O vereador Nilton Furinga questionou o fato de moradores do bairro Vista
Alegre estarem recebendo o carnê de IPTU, já que até então o bairro não conta
com benfeitorias e nem está registrado. O vereador Luiz Carlos tentou
justificar que as obras do bairro já estão licitadas por isso os moradores
estão recebendo a cobrança. Porém Furinga esclarece que a situação do
loteamento não mudou, que mesmo com a licitação ele continua irregular. “Antes
não se podia fazer nada porque o loteamento era irregular, agora pode licitar,
então porque não foi feito antes?”, cobrou.
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